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O que acontece com o corpo quando consumimos carne estragada

Publicada em 22/01/2025




O que acontece com o corpo quando consumimos carne estragada
O que acontece com o corpo quando consumimos carne estragada  (Foto: Reprodução)
Operação prendeu quatro pessoas nesta quarta-feira (22) pela venda de carnes que ficaram submersas por dias na enchente histórica de Porto Alegre, em maio de 2024. Carga foi vendida para açougues e mercados de todo o país. Carne imprópria para consumo em Três Rios

Reprodução/TV Globo

A Operação Carne Fraca prendeu quatro pessoas nesta quarta-feira (22) pela venda de carnes que ficaram submersas por dias na enchente histórica de Porto Alegre, em maio de 2024.

A inundação devastou o Rio Grande do Sul, deixando mais de 200 mortos, e atingiu um frigorífico, onde 800 toneladas de carne foram contaminadas por lama e água acumulada.

A empresa Tem Di Tudo Salvados, de Três Rios (RJ), comprou essa carne deteriorada sob a alegação de que seria transformada em ração animal.

No entanto, segundo investigações, os pacotes de carne bovina, suína e de aves foram maquiados para esconder os danos e revendidos para açougues e mercados em todo o país.

Mas quais são os riscos à saúde ao consumir alimentos estragados do tipo? É possível identificar, pelo sabor ou cheiro, se uma carne está imprópria para consumo? E, em caso de suspeita de ingestão, o que deve ser feito?

Entenda mais abaixo.

Quatro são presos por maquiar e revender carne podre que ficou submersa na enchente de Porto Alegre

Os principais riscos à saúde

Luana Limoeiro, diretora do Conselho Regional de Nutrição 4ª Região (CRN-4), doutora em Ciência e Tecnologia dos Alimentos pela UFRRJ, explica que o consumo de carne estragada ou mal armazenada representa sérios problemas para a saúde.

Isso acontece porque a contaminação por alimentos pode levar a uma série de complicações, especialmente quando esses produtos entram em contato com condições inadequadas, justamente como água contaminada ou falta de refrigeração.

"Esse carne que não é bem conservada pode se tornar um prato cheio para bactérias perigosas, como a Escherichia coli, que é responsáveil por doenças alimentares graves", diz a especialista.

Carne imprópria para consumo em Três Rios

Reprodução/TV Globo

Limoerio ressalta ainda que alimentos industrializados passam por processos que os ajudam a durar mais. Isso pode ser feito com calor, como na pasteurização, ou com conservantes químicos. Esses são métodos que matam as bactérias e mantêm o alimento seguro por mais tempo.

?? ENTENDA: Agora, com a carne a questão é diferente. Quando abatemos o animal, ele é cortado e, para ser conservado, é resfriado ou congelado. Mas, isso NÃO elimina as bactérias.

O que acontece é que as bactérias continuam lá, mesmo com a baixa temperatura. Ou seja, a carne é um alimento que facilita a contaminação.

Isso quer dizer que a carne precisa de mais cuidado na hora de ser manuseada e armazenada, já que o resfriamento ou congelamento não elimina as bactérias, apenas diminui seu crescimento. Portanto, a carne é mais propensa a ser contaminada do que os alimentos industrializados.

E quando ingerimos alimentos contaminados dessa maneira, os sintomas mais comuns incluem:

diarreia,

vômitos,

náuseas

e febre.

Em casos mais graves, o risco de desidratação é alto, especialmente em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido.

Indivíduos como idosos, crianças ou pessoas com doenças crônicas, têm maior chance de sofrer complicações sérias, que podem até resultar em hospitalização.

Além disso, o contato da carne com água de esgoto, por exemplo, pode potencializar ainda mais o risco de contaminação, pois essa água contém bactérias fecais que podem se transferir para os alimentos.

"E a água da enchente pode estar contaminada com urina de rato, o que aumenta o risco de leptospirose", acrescenta Limoeiro.

Como a carne não passa por processos que a preservem adequadamente, ao contrário de outros alimentos industrializados, quando ela começa a estragar, ela pode mudar de cor, ficando esverdeada.

Pexels

Como saber se uma carne está imprópria para consumo

Limoeiro explica que uma das formas de perceber se a carne está imprópria para consumo é, claro, pelo cheiro.

Quando a carne começa a se decompor, ela libera substâncias específicas, como ácidos sulfúricos e sulfídricos, que são produtos da ação das bactérias.

Essas substâncias causam um cheiro MUITO característico, que normalmente é um forte indicativo de que o alimento já não está bom para o consumo.

Isso quer dizer que, mesmo que a carne ainda tenha uma aparência aparentemente normal, o cheiro pode ser um sinal claro de que ela não está segura para ser ingerida.

? Além disso, como a carne não passa por processos que a preservem adequadamente, ao contrário de outros alimentos industrializados, quando ela começa a estragar, ela pode mudar de cor, ficando esverdeada, mas, muitas vezes, os produtos químicos usados para dar a cor vermelha à carne mascaram essa alteração.

Então, ao abrir a embalagem, o cheiro se torna ainda mais perceptível, tornando-se um alerta imediato.

Portanto, se você sentir um cheiro forte, com características típicas de decomposição, é importante não consumir a carne.

O que fazer em suspeita de ingestão

Em caso de suspeita de ingestão de alimento contaminado, especialmente carne, o mais importante é começar uma hidratação imediata.

Beber líquidos ajuda a evitar que o corpo se desidrate, especialmente em dias de calor. Além disso, comer alimentos ricos em fibras pode ajudar a melhorar o quadro, principalmente em caso de diarreia.

Os principais alimentos ricos em fibras incluem:

Frutas, como maçãs, peras, bananas, frutas cítricas e berries (morangos e framboesas). ??

Verduras e legumes, como brócolis, cenouras, couve, espinafre e alcachofras. ??

Cereais integrais, como aveia, quinoa, arroz integral, trigo integral e centeio. ??

Leguminosas, como feijão, lentilhas, grão-de-bico, ervilhas e soja. ??

Frutos secos e sementes, como amêndoas, nozes, sementes de chia, linhaça e girassol. ??

Tubérculos e raízes, como batata-doce, inhame e mandioca. ??

Além disso, é importante manter a calma, pois, geralmente, os sintomas de intoxicação alimentar desaparecem em uma semana.

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Fonte da notícia:
https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/01/22/entenda-consumir-carne-estragada.ghtml

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